Muitos pais desesperam quando descobrem que o seu filho é um pouco diferente das crianças comuns e lhes é diagnosticado uma Perturbação do Espectro Autista. A criança pode apresentar dificuldades em comunicar, apresenta estereotipias (comportamentos fixos e repetitivos) e não demonstra interesse em se relacionar com os outros. Convém que estes sejam informados de que, mesmo com autismo, a criança pode-se tornar num adulto autónomo com qualidade de vida se forem acompanhados precocemente para desenvolverem as competências necessárias a isso. O importante é que desde pequena esta criança seja mais estimulada do que as demais. Algumas intervenções que se podem realizar são intensivas, entre elas existe: ABA – Applied Behavior Analyses: considerada cientificamente como a abordagem mais eficaz no tratamento desta perturbação. A sua metodologia baseia-se no reforço positivo, de todas aprendizagens que são feitas através de solicitações progressivas. É desenvolvido um programa personalizados que integra procedimentos específicos para que consigam ensinar comportamentos adaptativos.As tarefas são divididas em pequenas parte e repetidas Pode ser realizada de um-para-um (terapeuta-criança) mas também no contexto natural da criança com outros indivíduos. As sessões poderão ser de 20 a 40 horas semanais. - DIR - Floortime: pode ser aplicado por pais ou profissionais que recebam formação específica. Nesta intervenção o adulto desce ao nível de desenvolvimento da criança para ensinar e fortalecer estratégias adaptativas, através de actividades lúdicas realizadas no chão. Apesar deste tipo de intervenção não se focar em particular no desenvolvimento das competências procura abordar diferentes áreas do desenvolvimento enfatizando o desenvolvimento emocional da criança. As sessões são de 2 a 5 horas diárias. -ESDM - Modelo Precoce de Denver: funde o modelo relacional e desenvolvimental com o modelo do ABA. Destaca o envolvimento dos pais e da restante família na redução dos sintomas e na estimulação da da comunicação, da cognição e da linguagem. Para isso são realizados jogos interactivos no chão, ou actividades estruturadas na mesa. A sua aplicação é realizada por terapeutas e professores certificados e pelas famílias que são incentivadas a usarem esta abordagem em casa. As sessões são de 20 a 25 horas semanais. -RDI - Relationshion Development Intervention (RDI): estimula a promoção de competências sociais, de adaptação e de consciência por meio do reforço positivo. Este método foi criado para ser aplicado pelos pais e, mais tarde incluir outras crianças e adultos, obrigando a criança a se relacionar em diferentes contextos. O RDI é aplicado no quotidiano,implicando que a organização familiar se fundamente nele. Este método pode ser aprendido por meio de livros, seminários ou treino específico. -Programa Son-Rise: sem evidências científicas, é um programa de abordagem relacional na qual a relação interpessoal é considerada o aspecto mais importante para o desenvolvimento da criança com autismo. Esta não possui metodologia específica mas procura antes desenvolver um estilo de interacção que leve a criança a se relacionar com os outros de forma espontânea. Os pais são treinados para interagirem com a criança de um forma que seja divertida e aprazível, sendo que tal, resultará no seu desenvolvimento. Um dos aspectos considerados por alguns "perigoso" deve-se ao facto deste programa sugerir que os pais copiem as estereotipias da criança, enquanto que a maioria das intervenções defendem o bloqueamento das mesmas. -TEACCH – Treino e Ensino de Crianças com Autismo e Outras Dificuldades de Comunicação Relacionadas: intervenção educativa que dá relevância ao processamento de informação visual porque as crianças com autismo revelam maior facilidade nesta área. A criança é avaliado, sendo de seguida criado um plano de intervenção personalizado, que implica a estruturação do ambiente social e físico com base em suporte visual. Para isso usam mapas e pistas visuais, ajudando a criança prever e compreender as rotinas diárias Existem mais algumas intervenções mesmo ao nível de estimulação sensorial, da farmacologia e das dietas específicas. Para já ficam apenas estes "lá, mi, rés", para explicar que existem muitas formas de apoiar a criança com autismo e que tal se baseia, como em qualquer criança, em três pilares: disciplina, persistência e muito amor. Nem os pais, nem em crianças têm de enfrentas o desafio do desenvolvimento de competências sozinhos. A criança com autismo é espectacular como qualquer outra criança. Sinta a Sua Essência :) |
Isabel Quinta FariaPsicóloga Clínica e da Saúde Categorias |