Na newsletter Sentir Saúde, Sentir Prazer, focamos na comunicação.
A comunicação é algo corrente em todas as áreas da nossa vida, seja de forma verbal, seja de forma não verbal. Assim sendo, na newsletter deste mês abordamos: - Estratégias Psicológicas para Melhorar a Interação Social. - Comunicação, Socialização e o Osso Esterno. - Como Comunicar com Pessoas Difíceis. - Criar, Manter Saúde e Contos Zen. Desejamos assim que tenha uma boa leitura. Basta clicar no botão que diz newsletter. Aproveite e subscreva pois esta é completamente gratuita.
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A pretensão deste artigo não é propriamente falar de tricô, embora seja posteriormente mencionado, mas abordar um tema bem mais abrangente e significativo para a nossa saúde mental: a criatividade!
A despeito de ser associada à arte e aos artistas, a criatividade está presente na existência de todo o Ser Humano, sendo um ingrediente fundamental para a saúde. Segundo a revisão empírica de Teall e Frost (2015) sobre este tema, verificou-se cientificamente a importância de se nutrir a criatividade natural inerente a cada indivíduo para que este possa construir e proteger o seu bem-estar, bem como acelerar a sua recuperação nos momentos de doença. De facto, a criatividade serve de suporte a várias competências que o Ser Humano necessita de desenvolver para ter qualidade de vida, entre elas: a gestão de stresse, a resolução de problemas, o relaxamento, a autoconfiança, o autoconhecimento, a definição objetivos e de propósito de vida (Teall & Frost, 2015). AGORA SIM! VAMOS AO TRICÔ... E NÃO SÓ... Quando um indivíduo envolve-se numa tarefa criativa observa-se que este tende a sentir como se o tempo não existisse e, assim, consegue abstrair-se do caos interior. Portanto, nessa ocasião os pensamentos destrutivos tendem a desaparecer. Atividades que envolvem movimentos repetitivos como, por exemplo, o tricô, ajudam a regular emoções intensas. Além disso, se as atividades criativas forem consideradas significativas chegam mesmo a funcionar como antidepressivos naturais. Por isso desenhar, pintar, escrever, ler, fazer trabalhos artesanais, podem ajudar a reduzir o stresse, a aumentar a auto-estima e a aumentar a produtividade (DeDonato, 2017). Assim sendo, vamos observar algumas atividades criativas específicas e o seu impacto na saúde (DeDonato, 2017): a) O Artesanato: ao usar as mãos, o sujeito está a estimular os sentidos e a melhorar o estado de humor. O tempo ideal para este tipo de prática varia entre os 20 a 30 minutos por dia. O artesanato pode funcionar como uma espécie de treino mental que ajuda a melhorar a atenção e a regular as emoções, causando estados profundos de relaxamento. Este ajuda na auto-expressão, na improvisação e no treino de resolução de problemas. O reforço dessas atividades dá-se muitas vezes com a libertação da hormona do prazer – a dopamina. Dentro do artesanato, o tricô e o croché são indicados para indivíduos que tenham elevado funcionamento cognitivo, por ajudar a serenar a mente. Além disso, como muitos praticantes de tricô e croché fazem parte de comunidades inerentes a essa atividade, têm um acréscimo de interação social e comunicação, sendo tal positivo para a saúde do cérebro. b) A Leitura: ler poesia aumenta a atividade do hemisfério direito do cérebro que está relacionado com a memória biográfica e por isso, ajuda o indivíduo a refletir sobre as suas próprias experiências. Ler obras desafiantes como as de Shakespeare beneficia o cérebro porque aumenta a sua atividade elétrica, e assim, aumenta a originalidade do sujeito na forma como pensa e relaciona ideias. c) A Escrita: o facto de alguém escrever sobre aquilo que sente e pensa num diário reduz o stresse e a ansiedade. A escrita expressiva ajuda qualquer sujeito que tenha passado por algum tipo de trauma psicológico, a superá-lo. Em geral, melhora o sono, melhora o humor e torna a reabilitação mais rápida. d) A Pintura e o Desenho: melhora a expressão de sentimentos e emoções, permite a reorganização mental e a integração de experiências. Também melhora a motricidade fina, estimula os dois hemisférios do cérebro, melhora a concentração, cria estados de relaxamento e auxilia no desenvolvimento da inteligência emocional. Além destas atividades existem muitas outras de componente artística que não serão abordadas, tais como, a dança, o teatro, etc., devido à extensão deste assunto. CONCLUSÃO Se treinar a sua criatividade como se estivesse a treinar um músculo, pode ter a certeza que estará a beneficiar a sua saúde mental. Em geral, os indivíduos que usam a criatividade com regularidade tornam-se mais focados e atentos ao momento presente e ao que se passa no seu mundo interior (pensamentos, sentimentos, sensações, intenções, memórias); lidam com a adversidade de forma criativa; integram múltiplas funções sensoriais; tendem a desenvolver consciência sobre a interconexão e unidade com os outros; de como é importante trabalhar com outros de modo a atingir objetivos mais amplos; e entregam-se com mais facilidade à exploração do desconhecido (Richards, 2007, cit in Kaufman, 2015). A psicóloga Ruth Richards (2007, cit in Kaufman, 2015) chega a afirmar que “um estilo criativo de viver, ao lidar com dificuldades e ao tecer possibilidades, não só produz conquistas úteis para si e para o mundo, mas pode oferecer ao criador nova resiliência, perspectiva, vivacidade no momento, alegria e propósito de vida." Por isso invista na sua criatividade e... Sinta A Sua Essência |
Isabel Quinta FariaPsicóloga Clínica e da Saúde Categorias |